quinta-feira, 27 de abril de 2023

Telegram sai do ar no Brasil após não entregar à PF dados de participantes de grupos sob investigação


Aplicativo apresentou parte dos dados solicitados pela Polícia Federal, mas não forneceu números de telefone de integrantes de grupo acusado de incentivar atos violentos em escolas
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O Telegram deixou de enviar e receber mensagens no Brasil nesta quarta-feira (26). O aplicativo ficou indisponível depois de uma ordem da Justiça para as operadoras Vivo, Claro, Tim e Oi, além de Google e Apple, que têm lojas de aplicativos.

A decisão foi tomada porque o Telegram não entregou todos os dados de grupos neonazistas que estão sob investigação da Polícia Federal.

Nas redes sociais, relatos de falha no Telegram se intensificaram após as 21h30 (horário de Brasília). O site Downdetector, que monitora o funcionamento de serviços na internet, registrou um pico de notificações sobre o aplicativo neste horário.

Esta é a segunda vez que o Telegram recebe uma ordem de bloqueio no Brasil. Em 2022, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão após pedido da PF, que alegou que o aplicativo não forneceu dados de investigados por propagar discurso de ódio.

Dois dias depois, Moraes revogou a ordem de bloqueio sob a justificativa de que o aplicativo havia cumprido as determinações judiciais.

Por que o Telegram foi suspenso?

A PF solicitou ao Telegram dados sobre integrantes de grupos, inclusive neonazistas, que estariam incentivando atos violentos em escolas. O pedido foi aceito na quarta-feira (19) pela Justiça Federal do Espírito Santo.

O aplicativo chegou a entregar parte dos dados na sexta-feira (21), mas não forneceu números de telefone dos participantes de um grupo com conteúdo nazista.

Com o descumprimento da ordem, a Justiça aumentou a multa ao Telegram de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia de recusa em fornecer as informações.

Fachin vota e STF tem placar de 3x0 para tornar réus 200 denunciados por atos golpistas de 8 de janeiro

Julgamento no plenário virtual começou nesta terça-feira (25) e termina no dia 2 de maio. Além de Fachin, Moraes e Toffoli votaram; denúncias foram apresentadas pela PGR.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quinta-feira (27) para tornar réus 200 denunciados por incitação e execução dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando as sedes dos três poderes foram invadidas e depredadas.

Com o voto do ministro, o placar fica em 3 a 0 pela aceitação das denúncias, apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, votou para tornar réus os investigados e foi acompanhado por Dias Toffoli.

Os demais ministros ainda devem apresentar os votos. O julgamento no plenário virtual termina em 2 de maio.

Em seus votos, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que as condutas são gravíssimas.

"Por intermédio de uma estável e permanente estrutura montada em frente ao Quartel General do Exército Brasileiro sediado na capital do País, aos desideratos criminosos dos outros coautores, no intuito de modificar abruptamente o regime vigente e o ESTADO DE DIREITO, a insuflar 'as Forças Armadas à tomada do poder' e a população, à subversão da ordem política e social, gerando, ainda, animosidades entre as Forças Armadas e as instituições republicanas", escreveu.

Denúncias


Na segunda-feira (24), o STF concluiu o julgamento que transformou em réus outros 100 investigados por participarem dos atos golpistas. A denúncia também foi apresentada pela PGR.

Caso os ministros também acolham as denúncias do julgamento atual, os investigados viram réus, e o processo terá seguimento com a fase de coleta de provas, com depoimentos das testemunhas de defesa e acusação, além de interrogatórios dos réus. Não há prazo para o STF julgar se eles serão condenados ou absolvidos.

Desta leva, 100 denúncias são do inquérito que investiga os executores dos ataques. Neste caso, são julgados crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e deterioração de patrimônio tombado.

No outro inquérito, são investigados autores intelectuais e pessoas que incitaram o vandalismo. Esses denunciados podem responder por incitação ao crime e associação criminosa.

Braço direito de Bolsonaro, coronel Cid fez 'jogo duplo' para reaver joias sauditas de R$ 16,5 milhões, revelam depoimentos à PF

Ao lidar com a Receita, Cid tomou providências que só podem ser feitas para itens com destinação pública. Já entre a equipe ligada ao gabinete presidencial, Cid tratou as joias como um presente pessoal destinado ao ex-presidente.

A análise dos depoimentos de testemunhas à Polícia Federal no caso das joias de R$ 16,5 milhões, enviadas pela Arábia Saudita e retidas pela Receita Federal, revela que o então assessor e braço direito de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, fez "jogo duplo" para reaver o conjunto milionário e destiná-lo ao então presidente.

Nos últimos dias de dezembro de 2022, no fim do governo Bolsonaro, Cid providenciou a documentação necessária para realizar um procedimento burocrático junto à Receita Federal que só pode ser feito em caso de bens com destinação pública – e não privada.

Esse procedimento era necessário para retirar o conjunto milionário da alfândega. Enquanto isso, no entanto, ele atuou internamente para que, uma vez que as joias saíssem da Receita, elas fossem para o acervo privado de Jair Bolsonaro.

O objetivo era obter a liberação de um conjunto de joias de R$ 16,5 milhões apreendido pela Receita com a comitiva oficial do governo brasileiro que havia viajado para a Arábia Saudita em outubro de 2021.

Os itens foram encontrados na mala de um assessor do Ministério de Minas e Energia e não foram declarados à Receita como item pessoal, o que obrigaria o pagamento de imposto. Por conta disso, as joias acabaram retidas.

O conjunto valioso poderia ter entrado no Brasil sem o pagamento de imposto, desde que fosse declarado como presente para o Estado brasileiro, mas, neste caso, ficaria com a União.

O blog procurou a defesa de Mauro Cid, que não respondeu até a última atualização desta reportagem.

Veja, a seguir, como foi o "jogo duplo" de Cid com detalhes.

O jogo para a Receita

No dia 28 de dezembro, Cid assinou um ofício para realizar o procedimento burocrático de retirada dos itens da alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Esse tipo de procedimento – chamado de “incorporação”, no jargão técnico da Receita – só pode ser realizado para bens com destinação pública.

Bolsa Família é bloqueado para quem não atende às condições que dão direito ao benefício

A explosão no número de inscritos no cadastro unipessoal levantou suspeita de fraude no programa, principalmente porque foi em um período eleitoral.

O governo bloqueou o pagamento do Bolsa Família para 1,2 milhão de beneficiários. Eles declararam que moravam sozinhos.

O aumento muito elevado no número de inscritos no cadastro unipessoal foi registrado de agosto a dezembro de 2022. Essa explosão no número de inscritos levantou suspeita de fraude no programa, principalmente porque foi em um período eleitoral. ]


   “Nós assistimos a um cadastramento explosivo de pessoas que diziam morar só. Um cadastramento que não mostrava a realidade populacional brasileira”, afirma Letícia Bartholo, secretária de Avaliação e Gestão Informação e CadÚnico.

Por isso, o Ministério do Desenvolvimento Social decidiu bloquear o depósito do Bolsa Família para esses mais de 1 milhão de beneficiários que fizeram a inscrição no cadastro unipessoal de agosto de 2022 passado para cá. Quem entrou no programa antes desse período ou se cadastrou como família, não será atingido.

Os beneficiários que tiverem o depósito bloqueado estão recebendo no aplicativo do Bolsa Família e no SMS do celular uma mensagem para procurar o setor do Cadastro Único da cidade onde mora para atualizar as informações até o dia 16 de junho. Quem receber a mensagem deve ir a um posto de atendimento com um documento com foto e comprovante de residência - de preferência uma conta de luz. Se provar que mora mesmo sozinho, terá o pagamento do Bolsa Família retomado, inclusive com o depósito dos meses que foram suspensos.

O Ministério do Desenvolvimento Social alerta que o beneficiário que vive em família, mas se inscreveu por engano no cadastro unipessoal deve primeiro cancelar a inscrição no aplicativo do Bolsa Família e só depois agendar - também pelo aplicativo - uma data para fazer um novo cadastro com as informações corretas no posto de atendimento

Revisão de cadastro retirou 267 mil famílias do Auxílio Gás desde o começo do governo

Benefício prevê pagamento a cada dois meses do valor de um botijão de gás de cozinha para cada família. Ministro diz que pessoas retiradas não preenchiam os requisitos para o programa.


Cerca de 267 mil famílias deixaram de receber o Auxílio Gás, benefício que prevê o pagamento de botijões a famílias carentes, desde o começo do governo Lula. O Ministério do Desenvolvimento Social, que gere o programa, informou que houve uma atualização no cadastro e retirada de beneficiários que não tinham direito ao auxílio.

Em dezembro, o benefício era pago a 5,95 milhões famílias. Em abril, o número caiu para 5,69 milhões, uma queda de 4,4%. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação

O ministro Wellington Dias afirmou que a revisão cadastral é como a que ocorreu com o Bolsa Família.

"Nós tínhamos muitas pessoas que não preenchiam os requisitos. O vale-gás, na própria legislação aprovada pelo Congresso, ele estabelece uma meta que tem a ver com o tamanho da renda e muita gente com renda elevada estava recebendo. Nós estamos falando de um esforço de dinheiro do povo brasileiro", explicou Dias.

O ministério afirmou que houve um acréscimo de 31,5% nos recursos destinados ao programa em relação ao que estava previsto no orçamento pelo governo passado, o que permitiu o pagamento a cada dois meses de 100% do valor do botijão de gás de cozinha para cada família. Até o ano passado, o benefício previa o pagamento de 50% do valor.

Grupo Globo muda política sobre cobertura de massacres

Política muda nesta quarta-feira (5) e será ainda mais restritiva: o nome e a imagem de autores dos ataques jamais serão publicados, assim como vídeos das ações.

Os veículos do Grupo Globo tinham há anos como política publicar apenas uma única vez o nome e a foto de autores de massacres como o ocorrido em Blumenau.

O objetivo sempre foi evitar dar fama aos assassinos para não inspirar autores de novos massacres. Essa política muda hoje e será ainda mais restritiva: o nome e a imagem de autores de ataques jamais serão publicados, assim como vídeos das ações.A decisão segue as recomendações mais recentes de prestigiados especialistas no tema, para quem dar visibilidade a agressores pode servir como um estímulo a novos ataques.

Estudos mostram que os autores buscam exatamente esta "notoriedade", por pequena que seja.

E não noticiamos ataques frustrados subsequentes, também para conter o chamado "efeito contágio".

Prefeito de Araucária nomeou filhas, nora, ex-esposa e outros parentes no governo municipal; veja lista e salários


Nomeações ocorreram entre 2017 e 2023. Nesta quarta (26), prefeito exonerou duas parentes – sogra e tia da esposa dele, uma adolescente de 16 anos. Prefeitura defende que nomeações são legais.

O prefeito de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), Hissam Hussein Dehaini, tem pelo menos seis parentes nomeadas na administração municipal até esta quarta-feira (26). Entre elas estão duas filhas e uma nora, que são secretárias municipais, além de uma ex-esposa. Veja salários e período de contratações abaixo.

O parentesco de Hissam com as servidoras comissionadas, cargo que não exige concurso público, foi confirmado por apuração da RPC e do g1.

Juntos, os salários dos parentes de Hissam somam gasto superior a R$ 97 mil mensais aos cofres públicos de Araucária. O do prefeito é de R$ 17.940,27.

De acordo com a prefeitura, "as nomeações ocorrem dentro da legalidade"

Após repercussão do casamento de Hissam com uma adolescente de 16 anos e a nomeação da sogra, a mãe e a tia da primeira-dama foram exoneradas de funções que exerciam na prefeitura.

A sogra, Marilene Rôde, ocupava o cargo de secretária de Cultura e Turismo e Elizângela Rôde era secretária de Planejamento.

As exonerações foram publicadas nesta quarta-feira (26) em Diário Oficial. O caso, que pode configurar nepotismo pela legislação, está sendo apurado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Confira, abaixo, a lista de servidores com parentesco com Hissam. A reportagem tenta contato com todos os citados.

YASMIM HISSAM DEHAINI
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO
Período: desde 2017
Salário: R$ 21.416,00
Parentesco: filha do prefeito

RYAM HISSAN DEHAINI
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE GESTÃO DE PESSOAS
Período: desde 2017
Salário: R$ 8.940,42
Parentesco: filha do prefeito

CILMARA MARIA DO ROSÁRIO
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE COMUNICAÇÃO
Período: desde outubro 2020
Salário: R$ 21.416,00
Parentesco: nora do prefeito

IVETE ROMASKO
ASSESSORA EXECUTIVA DO PREFEITO NA SECRETARIA DE FINANÇAS
Período: desde fevereiro de 2020
Salário: R$ 12.766,48
Parentesco: mãe de uma filha do prefeito

MARGIA IOLANDA CAMARDO
DIRETORA ADMINISTRATIVA DA COMPANHIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO
Período: ocupa o cargo atualmente
Salário: R$ 20.416,00
Parentesco: mãe de uma filha do prefeito

ALINE DE DEUS DEHAINI
ASSESSORA EXECUTIVA DO PREFEITO NA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE
Período: desde dezembro de 2020
Salário: R$ 12.766,48
Parentesco: ex-esposa e mãe de um filho do prefeito

A importância das Normas Regulamentadoras para a competitividade

Além da garantia de mais segurança e bem-estar para trabalhadores, as indústrias que cumprem com critérios bem definidos saem à frente no mercado

As Normas Regulamentadoras existem para manter a segurança no ambiente de trabalho e prevenir acidentes ou problemas de saúde. Todas as empresas com colaboradores contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLTs) precisam segui-las. As indústrias que se preparam e executam todas as boas práticas para garanti-las, além de cumprirem a legislação, proporcionam melhorias na qualidade de vida das pessoas e também podem ganhar em competitividade.

É o que explica João Rocha Silva Filho, coordenador de Segurança e Saúde do Sesi Paraná. “O surgimento das NRs trouxe, além de ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis, uma isonomia às empresas, uma vez que micro e pequenas empresas, que antes enfrentavam dificuldades para adotar medidas e procedimentos de segurança, passaram a ter acesso equitativo a informações e regras fundamentais à manutenção da segurança laboral, consequentemente assumiram obrigações impostas a todos os empregadores”.

O coordenador acrescenta que tudo isso leva a um cenário no qual as organizações aumentam a capacidade produtiva, com menos afastamentos, e melhoram sua competitividade, já que todos estão sujeitos às mesmas regras.

Outra questão importante é que o alto índice de acidentes tem impactos financeiros, já que as despesas com o afastamento de trabalhadores afetam o funcionamento da indústria diretamente. Além disso, há um calendário de fiscalização do Ministério do Trabalho e possíveis irregularidades ou falhas identificadas podem gerar multas e processos.

Investir no cumprimento das NRs também gera credibilidade no mercado, já que as normas garantem um trabalho mais organizado e mais produtivo, com o tema “segurança no trabalho” como parte da cultura organizacional.

Atualizações das NRs

Desde a criação, em 1978, por meio da Portaria Ministerial nº 3.214, várias atualizações nas Normas Regulamentadoras (NRs) foram feitas. Em 2022, parte dessas mudanças entrou em vigor para atender ao contexto atual da dinâmica de trabalho e avanços tecnológicos das últimas décadas.

Nem sempre a totalidade das empresas conseguia cumprir as exigências de todas as NRs e duas das críticas eram que não correspondiam à realidade de todos os segmentos e tamanhos e que havia excesso de burocracia.

“Depois das atualizações, podemos afirmar que o Brasil possui uma legislação avançada e que permite caminharmos a passos largos na busca do reconhecimento como um país onde trabalhar é seguro. Aprimoraram as medidas de prevenção da saúde, integridade física e psíquica dos trabalhadores e também foram uma alavanca para mover os obstáculos impostos pela burocracia, que por anos inibiu o crescimento e o desenvolvimento industrial e econômico”, complementa João Rocha Filho.

Todas as empresas precisam seguir as mesmas NRs?

As Normas Regulamentadoras, que somam 38 atualmente, são compostas por regras gerais, aplicáveis a todas as empresas: sobre trabalho em altura, espaço confinado, utilização de equipamentos de proteção individual, ergonomia, explosivos, controle médico de saúde ocupacional, segurança em máquinas e equipamentos, entre outras.

Como explica a engenheira de Segurança do Trabalho do Sesi Paraná, Mariane Regina Américo, a principal é a NR01 – Disposições Gerais e Gerenciamento do Risco Ocupacional.

“Hoje, a NR01 é tratada como a ‘mãe’ de todas as NRs e rege os princípios básicos da Gestão do Risco Ocupacional e da elaboração da documentação principal, chamada de Programa de Gerenciamento de Riscos. Nessa documentação devem estar apontados todos os riscos que envolvem a empresa, físicos, químicos, biológicos, de acidentes e ergonômicos, e também as medidas preventivas e de controle aplicadas, além da elaboração de um plano de ação para a regularização das situações não conforme encontradas”, esclarece a profissional.

Segundo Mariane, a NR12 – Segurança em Máquinas e Equipamentos – é a que mais demanda esforço, pois o custo de adequação de máquinas, principalmente as mais antigas, é bastante elevado e a norma é criteriosa. Outra que exige uma atenção e investimento é a NR10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.

Alguns segmentos ou atividades têm disposições específicas, como é o caso da Construção Civil, cujos procedimentos de segurança seguem os preceitos da NR18.

Passo a passo para revisar a aplicação das NRs

A especialista Mariane Américo elencou os 5 passos essenciais que toda empresa deve dar para seguir as Normas Regulamentadoras:

  • Contratação de um profissional ou equipe especializada em Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho;
  • Realizar o mapeamento dos riscos;
  • Elaboração de documentação de Segurança e Saúde e Cronograma de Ações;
  • Investimento em recursos materiais e humanos;
  • Conscientização e Treinamento;
Adaptação das indústrias do Paraná

A engenheira de Segurança do Trabalho do Sesi Paraná avalia que todas as indústrias vêm passando por um momento de adaptação, desde que houve a mudança da documentação principal e envios dos eventos de segurança e saúde para o eSocial.

“As indústrias que o Sesi já atendia não sofreram tanto impacto com a mudança, pois a documentação já era elaborada sob uma metodologia específica. De forma geral, observamos que as indústrias do Paraná que possuem maior número de funcionários tendem a procurar mais os serviços oferecidos para se adequar. Para as empresas pequenas, com certeza é um desafio maior, pois muitas vezes não possuem conhecimento da legislação, o que dificulta o processo de adequação”, explica Mariane.

Ela lembra que a nova NR01 traz um tratamento diferenciado para Microempreendedor Individual (MEI), microempresa e empresas de pequeno porte para que consigam se adequar de forma correta e não sofram com penalidades nas fiscalizações.

No que diz respeito ao cumprimento das NRs, o Sesi Paraná tem participação ativa, desde a elaboração das atualizações às suas aplicações na prática, e oferece cursos de capacitação específicos para cada tipo de Norma, que podem ser customizados para cada empresa.

A NF Confecções, indústria de Londrina, buscou o apoio do Sesi para se adequar e cumprir todas as regras, como conta André Dias, gerente jurídico, além de contar com uma equipe interna.

“A equipe do Sesi realizou palestras, tirou dúvidas, elaborou todos os laudos necessários para o cumprimento das normas, incluindo todas as medições, como ruído, calor e agentes químicos. Após os laudos entregues, manteve o suporte, com a realização de exames médicos, como admissional e periódico, além de outros complementares”, contou.


Priscilla Presley visita filho em Curitiba

Navarone Garibaldi é fruto do relacionamento da atriz com o produtor brasileiro Marco Garibaldi

A atriz norte-americana Priscilla Presley, viúva do cantor Elvis Presley, esteve no Brasil na última semana para visitar seu filho, o músico Navarone Garibaldi. Surpreendendo seus seguidores com uma breve passagem, ela apareceu em Curitiba e elogiou a capital do Paraná.

“Mais uma vez, fiz uma visita incrível com a família de @nava_rone ao Brasil!! Pessoas tão incríveis, uma cidade tão maravilhosa, tão maravilhosa. Tanto amor aqui. Mal posso esperar para voltar! Beijos #curitiba”

Nascido na Califórnia, nos Estados Unidos, Navarone é filho de Priscilla Presley com o produtor brasileiro Marco Antonio Garcia, conhecido como Marco Garibaldi.

Em entrevista à revista “People”, o vocalista da banda de rock “Them Guns” revelou que sua nacionalidade brasileira foi uma surpresa até 2017. Ele acreditava que tinha nascido em uma família italiana, pois seu pai modificou o sobrenome Garcia para Garibaldi quando mudou para os Estados Unidos.

O músico descobriu sua nacionalidade quando um primo brasileiro mandou uma mensagem a ele falando sobre o parentesco. Duas semanas depois do contato, ele visitou o Brasil para conhecer sua família.

Ao descobrir a verdade sobre seu passado, Navarone tentou conversar com o pai, que não reagiu bem. Segundo relatou, Marco Garibaldi pediu para que o filho esquecesse seu número na última vez que conversaram.

Navarone tem 36 anos e é meio irmão de Lisa Marie Presley, filha única de Elvis que faleceu após duas paradas cardíacas no início deste ano.

Priscilla e Marco Garibaldi permaneceram juntos por 22 anos, após o casamento conturbado com Elvis, que terminou em 1972.

No encontro entre mãe e filho, os dois publicaram uma foto e compartilharam o momento com seus seguidores no Instagram.

“Passei o melhor momento com você, mamãe. Fiquei tão feliz que pude te mostrar meu lugar favorito no mundo. E fico feliz que goste daqui!!! #curitiba #brasil”, disse o cantor na legenda.

“Acabei de pousar em Atlanta, agora vou para Los Angeles. Eu me diverti muito com você e com todos aí. Muito bom te ver feliz. Abraços e beijos para todo mundo”, escreveu Priscilla.

Nos comentários, os fãs expressaram seu carinho pelos dois: “Podemos ver claramente que vocês se adoram. Família linda”, disse um. “Essa é uma foto especial. Ninguém nos ama como nossas mães”, disse outro. “Ela te abraça com tanto carinho. Vocês são dois estão maravilhosos!”, comentou uma fã.

sexta-feira, 14 de abril de 2023

O que ainda falta esclarecer sobre a taxação de produtos da Shein e da Shopee?

 Preço vai subir, mas cálculo sobre valor final depende de frete e tributos como ICMS. Governo defende mais fiscalização e fim de isenção para compras de até US$ 50 entre pessoas físicas

O governo Lula quer acabar com o fim da isenção de taxação para compras de até US$ 50 entre pessoas físicas. Em paralelo, vai apertar a fiscalização sobre as remessas que deveriam ser tributadas hoje e não são por brechas nessa fiscalização.

O alvo são as transações feitas em e-commerces internacionais, como Shein, Shopee, AliExpress e outros, como Mercado Livre e Wish.

Nesta segunda-feira, mesmo diante da má repercussão sobre as medidas, o vice-presidente e ministro do Comércio e Indústria, Geraldo Alckmin, saiu em defesa do fim de isenção. O mesmo fez o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Mas, afinal, o preço vai subir? O que vai mudar? O que falta esclarecer sobre a tributação de importados?

O preço vai subir?

  • Remessas: Hoje, segundo o governo, muitas encomendas em e-commerces internacionais como Shein, Shopee e AliExpress, mas também realizadas em alguns portais nacionais, são enviadas como se fossem remessas pessoais.
  • Marketplaces: Essas plataformas atuam como marketplaces, conectando vendedores de outros países com clientes do Brasil.
  • Até US$ 50: Quando enviam seus pacotes, as plataformas muitas vezes informam que os rementes são pessoas físicas, para driblar a tributação, já que a lei prevê isenção de impostos para transações de até US$ 50 feitas entre pessoas que não sejam transação comercial. Segundo o governo, algumas usam até nomes fictícios, como de artistas de cinema.
  • Cerco: O governo quer apertar a fiscalização, fechar esta brecha e coibir o drible à legislação feito pelas plataformas. Assim, qualquer compra, mesmo as de valores abaixo de US$ 50, passariam a ser tributadas, como já prevê a lei hoje.
Imposto: A taxa aduaneira é de 60%. Assim, uma blusa de R$ 20, por exemplo, teria que pagar imposto de R$ 12 e acabaria custando, no total, R$ 32. Isso considerando apenas o valor da mercadoria. Mas essa taxa incide não apenas sobre o valor do produto, mas também do frete e do seguro. Há ainda a incidência de ICMS, de acordo com o estado de destino da mercadoria. Por isso, o valor final pode acabar sendo muito maior que o valor do produto.

Como será a fiscalização?  
                                                                                                          Lei atual: Portaria da Receita Federal em vigor há mais de 20 anos prevê que bens “que integrem remessa postal internacional no valor de até US$ 50 ou o equivalente em outra moeda” terão isenção do Imposto de Importação, desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas.

Fiscalização: O governo afirma que não vai mudar a tributação, apenas fará uma fiscalização mais assertiva. Uma norma baixada em dezembro do ano passado e que entrará em vigor em julho prevê que as transportadoras terão que prestar até 37 informações aos Correios (ou ao FedEx ou a qualquer outro operador logístico) sobre as encomendas internacionais.

Salto: Segundo dados do Banco Central compilados pela fintech Vixtra, no ano passado foram importados, em produtos de pequeno valor, mais de US$ 13,14 bilhões, mais do que o dobro dos US$ 5,7 bilhões de 2021.

Vários pacotes: Em compras de maior valor, acima de US$ 50, as plataformas muitas vezes dividem a encomenda em várias remessas, para driblar a tributação.

Quem ganha com isso?

Arrecadação: Se conseguir fechar as brechas na fiscalização, o ministério da Fazenda estima arrecadar R$ 8 bilhões com a cobrança de impostos por essas encomendas.

Competição: O argumento do governo é que essas plataformas fazem concorrência desleal com as empresas de varejo brasileiras que atuam dentro da lei, recolhendo impostos regularmente.

Emprego: O governo argumenta ainda que, ao fechar o cerco aos sonegadores, contribui para o funcionamento das empresas nacionais e manutenção de empregos.

Lula conclui visita à China sem falar com a imprensa

Segundo o embaixador brasileiro Mauro Galvão, os encontros com o presidente chinês Xi Jinping duraram mais que o esperado e Lula estava cansado

Após dois dias de programação intensa na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria concluir sua visita ao país com uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, na embaixada do Brasil em Pequim. Mas na última hora o presidente cancelou a coletiva e deu por encerrada a agenda de compromissos oficiais. Foi uma despedida em tom de anticlímax, depois de uma visita marcada por uma série de declarações fortes do presidente, de apreço à China e contra a hegemonia dos EUA.                                                                               
Em sintonia com a declaração do governo chinês de que a visita de Lula marca "uma nova era" nas relações bilaterais, o petista recebeu a primeira cerimônia completa de boas-vindas desde a reabertura da China em dezembro, após o fim da política de "Covid zero"

Com tapete vermelho, banda militar e crianças balançando bandeiras chinesas e brasileiras, Lula e sua comitiva foram recebidos pessoalmente pelo presidente Xi Jinping e pela primeira-dama chinesa, Peng Liyuan. Os hinos nacionais dos dois países foram tocados, e os presidentes fizeram uma vistoria das tropas — neste momento, a banda militar reproduziu “Novo tempo”, música de Ivan Lins.

Durante o encontro aberto com o presidente chinês, Lula voltou a reforçar seu objetivo de aprimorar relações com Pequim:

— Ontem (quinta) fizemos visita à Huawei, em uma demonstração que queremos dizer ao mundo que não temos preconceito em nossas relações com os chineses. Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China — disse.

Em suas palavras iniciais no seu encontro com Lula, Xi não falou muito de relações bilaterais. Preferiu se concentrar nas ambições chinesas e de como o Brasil pode se beneficiar do "novo paradigma de desenvolvimento" promovido por Pequim.

— A China irá buscar um desenvolvimento de alta qualidade, acelerar a criação de um novo paradigma de desenvolvimento e promover uma abertura de alta qualidade. Isso irá destravar novas oportunidades para o Brasil e outros países ao redor do mundo.

Além de declarações dos dois presidente, o encontro foi marcado pela assinatura de 15 acordos comerciais, em áreas como exploração espacial, comércio, agricultura e notícias.

'Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China', diz Lula em reunião com Xi Jinping

 Presidentes se reuniram em Pequim, assinaram 15 acordos comerciais e discutiram temas como a invasão da Ucrânia. China é o país que mais compra produtos brasileiros.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (14) em Pequim, em reunião com o presidente da China, Xi Jinping, que deseja aprofundar a relação entre os dois países em diversas áreas nos próximos quatro anos – e que "ninguém" poderá proibir essa aproximação.

Lula cumpre visita oficial ao país acompanhado de ministros e da primeira-dama, Janja. Nesta sexta, os presidentes de Brasil e China se reuniram em um encontro bilateral e assinaram atos conjuntos.

No discurso aberto à imprensa, que antecedeu a reunião fechada, Lula falou em intensificar as relações Brasil-China em áreas como:

  • ciência e tecnologia;
  • intercâmbio de estudantes universitários;
  • relações culturais;
  • estratégias de combate às mudanças climáticas;
  • energia limpa; Produção de Carros e ônibus elétricos. 
"Penso que a compreensão que o meu governo tem da China é de que nós precisamos trabalhar muito para criar uma relação Brasil-China que não seja apenas uma relação meramente de interesse comercial. Se bem que o interesse comercial é muito importante", disse Lula antes de listar as áreas.

A imprensa estatal chinesa afirma que, na reunião fechada, Lula e Xi concordaram sobre a necessidade de diálogo e negociação para encerrar a invasão da Ucrânia pela Rússia, informou a agência de notícias Reuters

"O Brasil tem 80% de sua energia totalmente limpa e está comprometido nesse instante, no meu governo, que até 2030 nós vamos alcançar o desmatamento zero na Amazônia para dar a nossa contribuição à preservação do planeta", continuou.

Lula também usou o discurso para agradecer o apoio da China à eleição da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco do Desenvolvimento (NDB), o "banco do Brics". O agrupamento comercial reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

"Para nós, é com muita alegria que recebemos o apoio da China para a presidenta Dilma ser presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento. O senhor sabe o apreço que a presidenta Dilma tinha na relação com a China", declarou Lula.


quarta-feira, 12 de abril de 2023

Após recentes ataques em escolas no Brasil, professores da rede pública de Juiz de Fora temem pela segurança

 
As ações criminosas em SP e SC tiraram a vida de quatro crianças e uma docente. Governos estadual e federal anunciaram medidas com o objetivo de ampliar a proteção no ambiente escolar.

Os recentes ataques e ameaças em escolas e creches têm causado medo em professores, estudantes e pais em todo o Brasil. Em Juiz de Fora, o g1 conversou com profissionais da rede estadual, que relataram situações vivenciadas e apreensão em relação à segurança.

Após os casos de violência registrados em uma escola paulista e em uma creche catarinense, o governo de Minas Gerais anunciou na segunda-feira (10) que policiais militares farão visitas periódicas às instituições de ensino estaduais. Há mais de 3,5 mil escolas em todo o estado.


Para o professor, há uma desvalorização da escola pública de forma geral e esta situação contribui para que os todos os profissionais da educação, inclusive secretários e assistentes, se tornem vítimas potenciais quando algo não ocorre como os alunos gostariam.

“Tanto em relação às notas, quanto horários de entrada e saída. Quando alguma coisa acaba ocorrendo fora daquilo que se esperava, por um conjunto de razões que é inerente à própria escola, é muito comum o ataque com agressões verbais e, inclusive, ameaças de alunos e alunas aos profissionais da escola”.

A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE-MG) em Juiz de Fora, Victoria Mello, lembrou ainda que o crescimento nos episódios violentos nas escolas é um reflexo do processo vivido pela sociedade nos últimos anos.
Um professor, que pediu para não ser identificado, que já atua em sala de aula há quase 20 anos, afirmou não ter sido vítima de ameaça, mas ter presenciado por diversas vezes situações de violência, o que ele acredita estar ligado à desvalorização dos docentes.

Adolescente fere com facadas professora e alunos de escola particular em Manaus

 
Um adolescente feriu com facadas uma professora e dois alunos de uma escola particular de Manaus nesta segunda-feira (10). À CNN, o governador Wilson Lima afirmou que irá publicar um decreto instituindo um comitê permanente, envolvendo diversas secretarias e que será responsável por monitorar ameaças e propor medidas para coibir novos ataques.

“Ele irá funcionar até que possamos conter as ameaças e tenhamos diretrizes e protocolos definidos”, afirmou. O grupo fará análise de postagens na internet e haverá um canal específico para denúncias.

De acordo com Lima, apesar de o ataque ter ocorrido na rede privada, o governo do Estado está buscando formas de incrementar a segurança e dar suporte. “Entramos em contato com a escola para mostrar o que estamos fazendo com a rede pública e ajudarmos se assim desejarem”, afirmou.

O governador afirmou que o momento inspira cuidado e que todos devem estar em estado de alerta. “Essa história da violência na escola sempre existiu. Mas não na proporção de hoje”, disse.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas afirmou que foi acionada por volta das 13h desta segunda “para atender a uma ocorrência em uma unidade de ensino privada envolvendo um aluno portando armas brancas e coquetel molotov”.

Ainda de acordo com a pasta, três pessoas, sendo dois alunos e uma professora, tiveram ferimentos superficiais e foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O Colégio Adventista de Manaus fez uma postagem em suas redes sociais no qual informa que “acionou as autoridades competentes e foi prestado todo o atendimento médico aos dois estudantes e à funcionária atingida, que passam bem”.“Lamentamos profundamente o ocorrido, e nos solidarizamos com as vítimas e familiares, dando todo o apoio. Estamos fornecendo as informações necessárias às autoridades. Neste momento, as medidas administrativas em relação ao agressor estão sendo adotadas. A Educação Adventista preza pelo respeito à vida, repudia todo tipo de violência e ressalta sua preocupação com a harmonia e o bem-estar dos alunos”, finaliza a nota publicada pelo colégio.

Quatro crianças são mortas em ataque a creche em Blumenau; homem foi preso


Criminoso invadiu a escola com uma machadinha, matou crianças e depois se entregou à polícia. Cinco crianças ficaram feridas.

Uma creche foi alvo de um ataque na manhã desta quarta-feira (5) em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Quatro crianças foram mortas e cinco ficaram feridas.

O ataque aconteceu no início da manhã na creche Cantinho Bom Pastor, que fica na rua dos Caçadores, no bairro Velha. A unidade de ensino é particular.

Na ação, quatro crianças foram mortas, entre elas três meninos e uma menina com idades de 4 a 7 anos. As vítimas são:
  • Bernardo Cunha Machado - 5 anos
  • Bernardo Pabst da Cunha - 4 anos
  • Larissa Maia Toldo - 7 anos
  • Enzo Marchesin Barbosa - 4 anos
O ataque ocorreu menos de dez dias após uma escola em São Paulo ser alvo de um aluno que matou a professora com golpes de faca e deixou outras três feridas, além de um estudante. Desde 2011, mais de 10 escolas foram atacadas por criminosos no Brasil.

O que aconteceu?

Segundo a polícia, um homem de 25 anos pulou o muro da creche e iniciou o ataque contra as crianças com uma machadinha. As vítimas foram atingidas na região da cabeça. Após a ação, ele se entregou no Batalhão da PM. O suspeito tem passagens por porte de drogas, lesão e dano, segundo a Polícia Civil.

terça-feira, 4 de abril de 2023

Arcabouço fiscal: economistas avaliam que faltam indicações sobre corte de gastos públicos

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que será proposto um 'conjunto de medidas saneadoras' no valor de até R$ 150 bilhões. Ele defendeu a cobrança de setores "mais abastados" da economia e daqueles que atualmente não pagam impostos.

A proposta para o novo arcabouço fiscal, apresentado na semana passada pela equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fixa metas para as contas públicas e traz uma banda (piso e teto) para o crescimento das despesas.

Enquanto a regra foca no aumento de arrecadação para tentar evitar descontrole das contas públicas, analistas avaliam que faltam indicações mais claras sobre o controle de gastos públicos e, também, de medidas para reduzi-los .

Com base nas novas regras, levantamento da corretora Warren Rena indica que haverá uma necessidade de ao menos R$ 254 bilhões aumento de arrecadação, até 2026 para atingir o piso das metas de resultado primário do arcabouço fiscal apresentado pela equipe econômica -- indicando que pode haver aumento da carga tributária, possibilidade que o governo nega.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que será proposto um "conjunto de medidas saneadoras" no valor de até R$ 150 bilhões.

Nesta segunda-feira (3), ele disse que taxará a importação de produtos via comércio eletrônico que não pagam impostos e que buscará não permitir que subvenção a estados para investimento seja equiparada a custeio, além de tributar as apostas eletrônicas.

Segundo o economista Gabriel Leal de Barros, quando o governo fixou um piso para o crescimento da despesa (0,6% acima da inflação) na proposta no arcabouço fiscal, os gastos crescem em qualquer cenário. "O gasto cresce sempre, nunca cai na regra que eles estão propondo", declarou.

Após o aumento de despesas sociais para 2023, por meio da PEC da transição, para recompor verbas sociais e de serviços públicos, o governo Lula tem sido cobrado pelo mercado financeiro por medidas de compensação. O objetivo é justamente evitar a alta no endividamento.

De acordo com análise do economista Bráulio Borges, economista da LCA, a proposta de arcabouço fiscal, a princípio, não apresenta incentivo para melhorar a eficiência dos gastos públicos.

"Também não foi sinalizada nenhuma medida envolvendo uma melhora na governança associada à escolha de quais investimentos públicos serão executados. Não queremos simplesmente recompor investimentos públicos; queremos recompor com qualidade, evitando projetos ruins", acrescentou.

Para Fabio Giambiagi, pesquisador associado do FGV Ibre, o governo parece ter definido a diretriz de que não pode haver ajuste das contas públicas pelo lado do gasto.

"Na verdade este ano estamos tendo uma fortíssima expansão do gasto. É fechar a conta através do aumento da carga tributária", declarou Giambiagi.

Governo planeja novo PAC com obras em seis grandes áreas de investimento

Transportes, infraestrutura e energia estão entre setores que receberão recursos. Obras serão feitas com verbas públicas e privadas, e também com financiamento de órgãos multilaterais.

O governo federal planeja lançar até o dia 28 deste mês o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O programa vai prever a retomada de obras paradas, a aceleração das que estão em andamento e novos empreendimentos em pelo menos seis grandes áreas de investimento.

As informações constam de versão preliminar de apresentação do novo programa obtida pelo g1. Essa versão já foi compartilhada com os ministérios ligados diretamente ao novo PAC.

As seis grandes áreas de investimento previstas para o novo PAC são:

Transportes: rodovias, ferrovias, porto, aeroportos e hidrovias
Infraestrutura urbana: Minha Casa Minha Vida, financiamento habitacional, urbanização de assentamentos precários, mobilidade urbana, gestão de resíduos sólidos, prevenção a desastres

Equipamentos sociais: educação, saúde, cultura e esportes
Água para todos: abastecimento de água, esgotamento sanitário, infraestrutura hídrica, irrigação, água no ambiente rural, revitalização de bacias hidrográficas

Comunicações: conectividade nas escolas, TV 3.0 e infovias;
Energia: geração, transmissão, distribuição, petróleo e gás, transição energética e indústria, combustíveis renováveis e programa Luz para Todos

As obras que vão estar na carteira do novo PAC vão incluir:
  • empreendimentos considerados prioritários pelo governo federal e pelos governos estaduais;
  • obras de estados e municípios nas áreas de infraestrutura urbana, água e social;
  • concessões e parcerias público-privadas federais e subnacionais;
  • empreendimentos privados estratégicos que serão feitos com financiamento federal.
A lista das obras ainda está sendo fechada pela Casa Civil, com base nas informações prestadas pelos ministérios e por estados e municípios. A previsão é que a carteira seja fechada até o dia 21.

Pelas diretrizes gerais definidas pelo governo, serão priorizados:
conclusão de empreendimentos dos PACs e do Programa de Investimento em Logística (PIL), dos governos Lula e Dilma Rousseff
projetos estruturantes contemplados nos diversos planos estratégicos setoriais federais
projetos que reduzam a desigualdade social e regional e que estejam alinhados com a política e os planos de desenvolvimento regional
empreendimentos que contribuam para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas;
empreendimentos com estudos/projetos de engenharia em estágio avançado de desenvolvimento
empreendimentos com baixo nível de restrição ambiental, judicial e fundiária.

Parte da atual carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) — programa de concessões dos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro — será aproveitada no novo PAC, segundo fontes do governo federal.

Acordo com Congresso prevê fusão de medidas provisórias e instalação de até sete comissões mistas, diz Padilha

Ministro que cuida da articulação política afirmou que governo tem pacto com parlamentares para aprovar conteúdos de 12 MPs. No entanto, algumas podem ser votadas como projetos de lei com urgência e emergência.

O ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), afirmou nesta terça-feira (4) que o Congresso deve instalar seis ou sete comissões mistas para analisar as medidas provisórias (MP) editadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até o mês passado.

As quatro primeiras já devem ser instaladas na próxima terça-feira (11). O acordo ocorre em meio a um impasse entre Câmara e Senado sobre a tramitação dos textos (veja mais abaixo).

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Impasse das MPs: senadores resistem à proposta de mais deputados nas comissões mistas


Desde o início do mandato, o governo publicou 13 MPs. Segundo Padilha, existe um acordo com o Congresso Nacional para aprovar o conteúdo de 12 delas. No entanto, nem todas devem ser analisadas em comissões próprias no Congresso.

Segundo o ministro, os conteúdos de algumas medidas serão incorporados aos textos de outras MPs durante a tramitação. Além disso, parte delas poderão tramitar como projetos de leis de urgência e emergência.

"Algumas medidas provisórias vão ser projetos de lei de urgência e [outras] podem ser emendas às [demais] medidas provisórias originais. Um exemplo: o novo auxílio gás pode ser uma emenda na medida provisória do novo Bolsa Família. Tratam do mesmo tema, são programas que estão sendo criados, e é possível você fazer esses instrumentos", afirmou Padilha.

Segundo o ministro, a articulação deve assegurar o funcionamento das comissões mistas e a aprovação das matérias. Padilha alegou que a instalação de 12 comissões exigiria um número muito grande parlamentares envolvidos, já que cada uma é composta por 12 deputados e 12 senadores.

Ainda de acordo com o ministro, serão criadas comissões específicas para MPs em que há interesse de debate maior pelos parlamentares.

"Isso vai garantir a gente poder manter a votação e funcionamento das comissões mistas ao mesmo tempo, pelo número de parlamentares que envolvem, e manter o calendário prioritário para o governo de votação do novo marco fiscal", disse.

Quatro MPs prioritárias

Ainda de acordo com o ministro, há acordo entre Câmara e Senado para o funcionamento de quatro comissões mistas a partir da próxima semana. As MPs que serão analisadas são:
  • MP 1154: que trata da reorganização dos ministérios
  • MP 1160: modifica critérios de desempate em julgamentos do CARF
  • MP 1162: retoma o programa Minha Casa, Minha Vida
  • MP 1164: retoma o programa Bolsa Família
Outras duas comissões, para analisar as MPs que retomam o programa Mais Médicos e o Programa de Aquisição de Alimentos, serão criadas posteriormente.

Apesar do acordo para instalação das comissões, o ministro afirmou que ainda permanece sem solução a questão da composição dos colegiados. O governo ainda não sabe quem presidirá os trabalhos e como vai ocorrer a indicação dos parlamentares.

Datafolha: 23% dos brasileiros dizem que não têm comida suficiente em casa

 
O Datafolha ouviu 2.028 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 29 e 30 de março, em 126 cidades. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.

A pesquisa Datafolha publicada no site do jornal “Folha de S.Paulo” nesta terça-feira (4) aponta que 23% dos brasileiros dizem que não têm comida suficiente em casa.

A pesquisa mostra que:
  • 23% dizem que a comida em casa é insuficiente.
  • 62% dizem que a comida é suficiente.
  • 15% dizem que a comida é mais do que suficiente.
Para o levantamento, o Datafolha ouviu 2.028 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 29 e 30 de março, em 126 cidades. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Para os entrevistados que dizem receber Bolsa Família, a margem de erro é de 4 pontos para mais ou menos; para os que não ganham o benefício, a margem é de 3 pontos.

Segundo o Datafolha, a falta de alimentos em quantidade suficiente ocorre mais entre as mulheres (27%), os moradores da região Nordeste (30%), os que votaram no presidente Lula (27%) e os beneficiários do Bolsa Família (23%).

A pesquisa também mostra que 26% disseram receber o benefício em março, enquanto 7% recebiam o Auxílio Gás do governo federal.

Pelo Datafolha, os beneficiários do programa estão mais otimistas com o futuro da economia no governo Lula do que os que não recebem o benefício:

32% dos que recebem Bolsa Família afirmaram que a situação econômica do país melhorou.
60% dizem crer que a economia irá melhorar.

Datafolha: 58% veem alguma responsabilidade de Bolsonaro por atos de 8 de janeiro

Pesquisa Datafolha publicada nesta terça-feira (4) pela "Folha de S.Paulo" aponta que 58% dos brasileiros acreditam que Jair Bolsonaro (PL) teve algum grau de responsabilidade pelos atos de vandalismo que aconteceram em Brasília no dia 8 de janeiro. Desses, 32% veem muita culpa, e 26% veem um pouco.

Já 39% não veem nenhuma responsabilidade do ex-presidente pelos atos de janeiro.

Os dados da pesquisa apontam que a percepção de que Bolsonaro tem muita responsabilidade caiu desde 11 de janeiro, quando o Datafolha fez o mesmo questionamento.

Em janeiro, 38% dos entrevistados acreditavam que o ex-presidente teve muita responsabilidade pelos atos -- agora, o índice passou para 32%.

Defesa de Bolsonaro entrega terceiro pacote com joias sauditas em agência bancária em Brasília

TCU definiu que presentes dados pela Arábia Saudita ficarão em custódia da Caixa. Existência das joias foi omitida pela defesa do ex-presidente e revelada pelo jornal 'O Estado de S. Paulo'.


Advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro entregaram nesta terça-feira (4) o terceiro pacote de joias dadas por autoridades sauditas ao Brasil como presente diplomático – e que, em vez de compor o patrimônio da União, ficaram com o político.

O conjunto foi entregue em uma agência da Caixa Econômica Federal em Brasília. A entrega foi confirmada à TV Globo pelo banco, e divulgada também pelo ex-ministro Fábio Wajngarten, aliado de Bolsonaro.

Esse pacote é, na verdade, o primeiro recebido pelo governo Bolsonaro, ainda em 2019. A existência desses itens, no entanto, só foi revelada no fim de março em reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo". As informações foram confirmadas posteriormente pela TV Globo.

Os itens, segundo divulgou o blog da Andréia Sadi no g1, estavam em um galpão que guarda outros materiais que Bolsonaro levou ao deixar a Presidência da República.

Antes desse pacote, outros dois já tinham sido "descobertos":

um pacote com joias e diamantes avaliado em R$ 16,5 milhões, retido pela alfândega no Aeroporto Internacional de Guarulhos em 2021 e ainda em posse da Receita Federal;
um segundo pacote, também com relógio, joias e abotoaduras em ouro, que chegou ao Brasil com a mesma comitiva em 2021 mas não foi barrado.

Em 24 de março – antes de esse terceiro pacote de joias vir à tona –, a defesa de Jair Bolsonaro já tinha entregado às autoridades um outro kit de itens de luxo, recebido pelo então presidente em outubro de 2021, e armas dadas pelo governo saudita e mantidas no acervo de Bolsonaro desde 2019.

Os advogados de Bolsonaro, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Bettamio Tesser, já haviam confirmado a existência do kit no fim de março.

Segundo eles, o conjunto foi registrado e incluído no acervo da presidência de acordo com a legislação em vigor. A defesa também disse estar "à disposição para apresentação e depósito, se necessário."