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domingo, 4 de abril de 2021
O comunismo
Depois de ser desdenhada como “o ópio do povo”, a religião ressurge e ocupa espaço no Leste europeu. Sinal de que Deus não morreu.
O ateísmo, partindo da Revolução Francesa, atravessou fronteiras e alcançou a Revolução Russa de 1917, tornando-se uma característica principal do sistema político então implantado, o Comunismo.
Ao espalhar-se pelos países da Europa, a doutrina da qual Lenin e Karl Marx figuraram como expoentes ganhou adeptos que trataram de fazer uma lavagem cerebral nos religiosos, por meio de propaganda, mas, também, de pressão.
Para Marx, “a religião é o ópio do povo”, ou seja, “um mecanismo para fazer com que o povo aceite a miséria e o sofrimento sem se revoltar, porque acredita que será recompensado na vida futura, como ensina o Cristianismo, ou porque acredita que tais dores são uma punição por erros cometidos numa vida anterior, no caso das religiões baseadas na ideia da reencarnação. Aceitando a injustiça social com a esperança de recompensa ou como a expiação dos pecados, o homem religioso fica amortecido como o fundador de ópio, alheio à realidade”, segundo a filósofa Marilena Chauí.
Essa visão fez com que o cristianismo, em suas diversas expressões – católica, protestante e ortodoxa – ficasse abafado no Leste europeu, durante todo o tempo em que o Comunismo pretendeu ser o melhor método de analisar o mundo e resolver os problemas da humanidade, através do socialismo marxista.
A situação mudou, entretanto, a partir do esfacelamento do regime. A igreja recuperou a voz e atua vigorosamente nos países do Leste europeu, onde havia sido reduzida ao silêncio e submetida à perseguição, durante décadas. Tal recuperação pode ser comprovada através de atitudes como a devolução dos bens dos quais tinha sido expropriada, no caso da Igreja Católica, instalação de casas editoras e seminários religiosos de confissão evangélica, emissoras de rádio, alterações constitucionais favoráveis, liberdade para divulgação da religião, sem falar na crescente influência política e social exercida por líderes e comunidades católicas.
O que foi dito anteriormente pode muito bem ser exemplificado por fatos como o que envolveu o atual arcebispo de Praga, Miroslav Vlk, que passou oito anos, de 1978 a 1986, proibido de exercer suas funções religiosas, porque “agitava a juventude”, ensinando religião nas escolas. Teve então que ganhar a vida como limpador de janelas. Em 1 de janeiro de 1989 voltou a atuar como sacerdote.
Com o desmoronamento do sistema comunista, a Igreja Católica passou a reinvidicar imediatamente a devolução de seus bens, confiscados no regime anterior. As primeiras medidas nesse sentido foram adotadas na Polônia, onde os católicos têm força quase total, destacando-se inclusive entre os membros do governo, do Legislativo e da Justiça. Daí, toda uma série de vantagens que lhes foram concedidas, como a lei isentando as igrejas do pagamento de direitos alfandegários.
Na Checoslováquia o processo começou cedo. Pela lei de julho de 1990, cem prédios deveriam retornar às ordens religiosas. A Igreja Católica, segundo alega, sofreu expropriação de aproximadamente 900 mosteiros e conventos.
Nas eleições parlamentares de 1990, na Eslováquia, os dois partidos mais afinados com o catolicismo, A União Democrática Cristã e o Movimento Democrático Cristão, elegeram 40 deputados e senadores.
Os ventos da abertura religiosa também refrigeraram o insalubre calor do antigo regime, na Albânia. Ali, a nova Constituição, publicada no dia 31 de dezembro de 1990, propõe algumas mudanças no antigo texto de 1976, segundo o qual “O Estado não reconhece a religião, apoia e incentiva a propaganda ateísta, para implantar uma perspectiva materialista e científica do mundo, na população” (Artigo 37). Já o novo texto, sem seu Artigo 33, diz: “O Estado determina liberdade de fé religiosa. Todos os cultos religiosos são iguais perante a Lei”. Embora o Artigo 53 garante a continuidade da propaganda materialista, assegura “o direito de pregar a religião”.
Numa prova de que as facilidades atingiram também outras denominações, um grupo de albaneses devotos da Igreja Adventista do Sétimo Dia realizaram, depois de 50 anos, uma reunião de culto, em 1991, na cidade de Tirane. Entre os presentes, estava a filha de um missionário morto na prisão, em 1951, pelas forças repressoras.
Deus nunca morreu. Embora muitos alardeassem Seu suposto fim, Ele continua vivo, presente e atuante na História. Reis e reinos passam, mas Ele permanece absoluto no comando do destino do mundo. Nada Lhe é superior. Quem quer que se lance contra Ele, estará mostrando apenas insensatez.
Alguns, como Voltaire, poderão até continuar desafiando a religião: “Se foram necessários doze pescadores ignorantes para levar adiante os ensinamentos de Jesus Cristo, eu mostrarei que basta um francês para destruí-los. Daqui a 50 anos ninguém se lembrará de Jesus Cristo”. O resultado será o mesmo, porém: inutilidade. Paradoxalmente, 25 anos depois da declaração de Voltaire, as Sociedades Bíblicas europeias compraram a casa que pertencera a ele, transformando-a num depósito de Bíblias.
O que Marx diria, se pudesse presenciar a atual reviravolta em busca de Deus e da religião, em detrimento das suas ideias, justamente onde elas nasceram e floresceram, é impossível saber. Uma coisa, porém, é certa: enquanto homens poderosos continuam maquinando, através de quaisquer meios: a morte de Deus e da religião, “Do Seu trono, lá no Céu, o Senhor ri e zomba deles” (Salmo 2:4)
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