quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Bancários e Financiários Paralisam Curitiba em Protesto nesta Segunda-feira (26)

Diversas agências bancárias e financeiras no centro de Curitiba amanheceram de portas fechadas nesta segunda-feira, 26 de agosto, como resultado de uma intensa mobilização dos trabalhadores do setor financeiro. A paralisação faz parte de uma série de ações coordenadas em todo o país, com o objetivo de pressionar as instituições financeiras nas mesas de negociação da Campanha Nacional 2024. A insatisfação crescente com as propostas apresentadas pelos banqueiros tem gerado grande inquietação entre os trabalhadores, que reivindicam reajustes salariais justos e a manutenção dos direitos conquistados.
A escolha do método de protesto foi inusitada, mas carregada de simbolismo. Os bancários e financiários se vestiram de palhaços, pintaram os rostos e usaram roupas coloridas, numa representação clara de como se sentem sendo tratados pelos banqueiros: como "bobos". Com cartazes em mãos, os manifestantes deixaram clara a sua mensagem. Frases como “Não somos palhaços!” foram destaque, refletindo o descontentamento com a postura dos bancos nas negociações salariais. Apesar do clima festivo, o tom de seriedade permeou todo o evento.

A Rua XV de Novembro, um dos principais pontos de circulação no centro de Curitiba, foi tomada pelos manifestantes. Balões coloridos enfeitavam o local, enquanto uma caixa de som amplificava as vozes dos trabalhadores, que se revezavam ao microfone para expressar suas queixas e esclarecer os motivos da paralisação. O ato, ao mesmo tempo que arrancava sorrisos dos passantes, também servia de alerta para a dura realidade enfrentada pelos trabalhadores do setor financeiro.

Insatisfação com as Propostas Patronais 

A presidenta do Sindicato, Cristiane Zacarias, destaca que a mobilização é uma resposta direta à falta de propostas dignas por parte dos representantes da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento). “Estamos participando de mais um dia de paralisação nacional. A proposta apresentada na semana passada é vergonhosa, desrespeita a categoria. Curitiba está mostrando seu descontentamento, paralisando agências e centros administrativos", afirma.

Precarização dos Serviços Bancários em Pauta

Entre as principais críticas levantadas durante as mobilizações está a crescente terceirização dos serviços bancários, especialmente puxada pelo Santander. Denner Halama, diretor do Sindicato e funcionário do Santander, criticou duramente a estratégia do banco de contratar empresas não financeiras para realizar serviços bancários, resultando em salários mais baixos e atendimento de menor qualidade à população. “O Santander lucra muito e não pode continuar precarizando os serviços bancários e fechando agências”, enfatizou.

O protesto em frente ao Bradesco é apenas uma das muitas ações que têm ocorrido em Curitiba e em várias cidades do Brasil como parte das mobilizações da Campanha Nacional dos Bancários. Os trabalhadores seguem firmes na luta por respostas concretas e que atendam às suas demandas. A busca por condições dignas de trabalho e pelo reconhecimento de seus direitos não se limita a um único dia de protesto; é uma luta contínua que, dia após dia, ganha mais força e visibilidade.

O Acorda Progresso segue atento e comprometido em trazer à tona as vozes daqueles que lutam por justiça e respeito. Continuaremos acompanhando de perto as mobilizações dos bancários e financiários, trazendo atualizações e análises para você.