segunda-feira, 16 de março de 2020

Curitiba registra manifestação a favor de Bolsonaro, que havia desencorajado atos.

Assim como outras cidades grandes do Brasil, Curitiba também registrou uma manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro, na tarde deste domingo (15). Com roupas e bandeiras verde e amarelas, os manifestantes se concentraram na Boca Maldita e levaram cartazes com frases a favor do presidente e contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

A Polícia Militar não divulgou quantas pessoas estavam na manifestação.

As manifestações estavam marcadas desde fevereiro. Contudo, o avanço da pandemia de coronavírus fez com que autoridades de saúde recomendassem que não se fizessem aglomerações de pessoas – como uma manifestação na rua. Na quinta-feira (12) o próprio presidente Jair Bolsonaro havia desencorajado os atos, em um pronunciamento na televisão.

Apesar de tê-las desencorajado, Bolsonaro postou vídeos de carreatas em Belém (PA) e em Brasília, além de passeatas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e em Ribeirão Preto (SP).

De máscara, Bolsonaro pede suspensão de manifestações do dia 15

Utilizando uma máscara branca, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sugeriu nesta quinta-feira que os movimentos de rua suspendam as manifestações marcadas para o próximo domingo, dia 15 de março. O apelo foi feito durante live publicada em sua página oficial no Facebook. Após ter incentivado os atos no último fim de semana, Bolsonaro agora decidiu desestimulá-los com a perspectiva de que o número de contaminados por coronavírus tende a crescer nas próximas semanas no Brasil.

“O que nós devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam vazão para atender todo mundo. Se o governo não tomar nenhuma providência, sobe, depois não dá mais e o sistema não suporta”, disse o presidente, que estava acompanhado do ministro da Saúde, Henrique Mandetta – também de máscara.

“Uma das ideias é adiar, suspender. Depois de um mês, dois meses, faz”, completou ele, ressalvando que o “movimento não é meu”. As manifestações foram convocadas por grupos bolsonaristas e de direita em defesa do seu governo e contra parlamentares do chamado “centrão” e receberam o apoio explícito do presidente. Bolsonaro também comentou que a perspectiva dos atos já havia dado um “tremendo recado para o Parlamento”.

Os movimentos Nas Ruas e São Paulo Conservador já atenderam à recomendação do presidente e anunciaram que irão adiar a manifestação. “O momento agora é de união e responsabilidade. Pedimos que o Congresso, governo e Supremo trabalhem juntos para a aprovação das reformas da forma mais rápida possível”, disse o coordenador do grupo, Marcos Bellizia. “Pela pandemia de coronavírus, aliada ao alerta do presidente, entendemos que nesse momento é importante adiar. Vamos nos manter alinhados para que a ordem seja mantida”, afirmou Ted Martins, coordenador do Movimento São Paulo Conservador.

Nesta quinta-feira, o presidente fez o teste para verificar se contraiu coronavírus depois que o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Fábio Wajngarten, testou positivo para a doença. Os dois estavam juntos na comitiva que viajou aos Estados Unidos, junto com a primeira-dama Michelle, o filho Eduardo, os ministros Augusto Heleno, Ernesto Araújo, Fernando Azevedo e Silva, entre outros. “Ainda não deu o resultado. Acredito que nas próximas horas eu tenha o resultado meu e de outras pessoas que estavam comigo”, informou Bolsonaro, no vídeo.