quinta-feira, 6 de junho de 2024

Paralisação dos Professores em Curitiba: A Luta Contra a Privatização da Educação Pública

Curitiba iniciou esta manhã de segunda-feira, dia 3 de junho, com uma paralisação dos professores da rede estadual, mesmo após uma decisão judicial considerada ilegal. Durante esta manhã, caravanas de todas as regiões do estado, capital e região metropolitana lotaram a Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba. A categoria se concentrou aqui, de onde partiram em marcha por volta das 10h em direção ao centro cívico, dando início a uma manifestação significativa contra a terceirização da gestão administrativa de 200 escolas públicas estaduais.
Além dos educadores(as), o ato contou com a presença de estudantes, movimentos sociais, e lideranças políticas.
A decisão de paralisar as atividades foi tomada no sábado, dia 25 de maio, após uma Assembleia Estadual que reuniu mais de 4 mil educadores. A manifestação seguiu pacificamente sua trajetória por uma das principais avenidas de Curitiba, a Barão do Cerro Azul. Pessoas de diversos municípios do estado do Paraná viajaram para participar do protesto em Curitiba. Uma multidão tomou conta de uma das principais avenidas do centro da cidade. O Sindicato dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola do Paraná (APP Sindicato) estimou que cerca de 20 mil pessoas ocuparam as ruas de Curitiba, gritando palavras de ordem em defesa da educação pública, criticando o projeto do governador e pedindo a suspensão da votação.                                                                                                                                                                                                              Um caminhão equipado com sistema de som conduzia a multidão, enquanto os que estavam sobre o veículo discursavam contra a privatização das escolas públicas e motivavam a categoria a continuar. O caminhão estava repleto de faixas e cartazes com mensagens que hostilizavam à privatização. A marcha chegou ao fim quando os manifestantes alcançaram o centro cívico, nos arredores do Palácio do Governo e da Assembleia Legislativa. Muitos dos presentes se agruparam nas praças ao redor, usando camisetas personalizadas em oposição à privatização. Outros aproveitaram para descansar e se alimentar nas barracas montadas ao redor para atender os manifestantes. Próximo à Assembleia Legislativa, os jovens seguravam uma faixa,enquanto balões com mensagens à privatização eram erguidos.

A polícia civil esteve presente no local para evitar transtornos, porém, por volta das 14h30, um confronto eclodiu entre um dos manifestantes e um agente de segurança da Assembleia Legislativa ao tentar acessar um dos principais acessos ao prédio. O conflito se intensificou quando os manifestantes quebraram vidros e romperam o cordão de isolamento da segurança. Assembleia Legislativa foi invadida e a polícia civil reagiu para conter a situação, utilizando spray de pimenta para dispersar os manifestantes. Uma parte dos manifestantes ocupou Alep para participar da votação. Marcada para as 14h30, mas sessão foi adiada e remarcada para as 17h, em formato online

O movimento sindical exige que o projeto seja retirado de pauta e que uma mesa de negociação seja aberta imediatamente.Além da oposição à privatização, os professores também têm em pauta as questões financeiras não cumpridas pelo governo de Ratinho Junior (PSD), de acordo com o APP-Sindicato. O governo do estado investiu uma proposta à Assembleia Legislativa do Paraná para a privatização de 200 escolas da rede pública estadual e para instituir o programa "Parceiro da Escola", que repassaria a gestão administrativa e financeira dos colégios estaduais com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e em áreas de vulnerabilidade social para empresas privadas a partir de 2025

. Para o APP-Sindicato, a proposta representa o fim da escola pública. Algumas das consequências observadas em duas escolas que já foram privatizadas são a rescisão dos contratos dos professores PSS e a perda de emprego. Os professores organizaram um ato estadual em Curitiba para o dia 4 de junho, durante a sessão da Assembleia Legislativa, para lançar os deputados a não aprovarem a terceirização da educação estadual. A categoria afirma que a greve será mantida até que o governo do Paraná retire o projeto de pauta.

O governo do Paraná, em nota, informou que o programa Parceiro da Escola foi concebido para apoiar os diretores, permitindo que eles se dedicassem apenas às atividades pedagógicas. A Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) afirmou estar aberta ao diálogo para fortalecer o sistema educacional e se opõe ao radicalismo. Segundo o governo, o Paraná possui um dos maiores pisos salariais para professores do Brasil, que não será alterado. A Secretaria destacou ainda que a adesão à greve resultará em faltas e descontos para os professores concursados, e os professores temporários que não cumprirem suas obrigações terão os contratos rescindidos. Os diretores foram orientados a encaminhar as informações aos profissionais faltantes para o gabinete da pasta. Apesar da decisão judicial que suspendeu o início da greve, o presidente da APP Sindicato afirmou que a paralisação está mantida,apesar da multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

A entidade também está recorrendo à decisão. Chegamos ao fim de mais uma edição de nossa cobertura especial sobre a paralisação de professores em Curitiba. Foi um dia intenso, marcado por uma manifestação histórica que mobilizou educadores, estudantes, movimentos sociais e lideranças políticas de todo o estado do Paraná. A equipe do Acorda Progresso agradece a todos que acompanharam nossa cobertura e se juntaram a nós neste importante momento de defesa da educação pública. Reafirmamos nosso compromisso com a verdade e a justiça, e seguimos juntos na construção de uma sociedade mais informada e engajada. Fique atento às nossas próximas edições para mais notícias e análises.




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